Consumo de água no Ceará teve aumento de 6% no primeiro trimestre de 2021 em relação a 2019
A Cagece informou que o consumo médio geral em 2020, impulsionado pela pandemia da Covid-19, foi 5% a mais do que em 2019
A pandemia do novo coronavírus trouxe a necessidade de que moradores usassem mais água para higiene pessoal, na limpeza de produtos adquiridos no mercado, e na lavagem de casa e de roupas. No entanto, medidas de contingenciamento – mediante a escassez do recurso hídrico nos sistemas de abastecimento urbano – e dificuldades para pagamento de uma conta mensal mais cara – fizeram com que o consumo médio familiar aumentasse nos anos de 2020 e 2021, mas em uma proporção menor do que era esperado.
Dados comparativos divulgados pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) indicam que em 2019 o consumo médio familiar foi de 8.39 m³. Em 2020, com o início da pandemia do novo coronavírus em março, subiu para 8.82%. Nesse caso, o aumento foi de 5%.
Outro indicador divulgado pela Cagece mostra que no primeiro trimestre de 2019, o consumo médio por ligação foi de 8.33 m³ e em igual período de 2020 passou para 8.49 m³, um aumento de 2%. Para 2021, o consumo continuou crescente nos primeiros três meses deste ano e alcançou uma média de 8.84 m³. Um crescimento, portanto, de 4% entre 2020 e 2021.
Se compararmos o primeiro trimestre de 2019 com igual período de 2021, o consumo médio por ligação passou de 8.33 m³ para 8.84 m³, um aumento de 5%.
Cagece e SAAEs
O Ceará tem 150 cidades com serviço de abastecimento de água gerido pela Cagece e 34 administrados por SAAEs (Serviços autônomos municipais). Para estes não há um dado centralizado de consumo médio em cada cidade por ligação, mas de acordo com a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento do Estado do Ceará (Aris), “o consumo assemelha-se a outros centros urbanos geridos pela Cagece”.
Em relação ao sertão cearense, “o primeiro semestre de 2021 deve apresentar uma taxa menor de consumo médio residencial porque as chuvas foram mais favoráveis na maior parte das regiões reduzindo o calor, a necessidade de banhos diários, além de recarregar as cisternas residenciais com a água de chuva”, pontuou o assessor técnico do SAAE de Iguatu, engenheiro civil, Marcos Ageu Medeiros.
“No início da pandemia, houve um aumento repentino, mas logo depois se estabilizou ao longo do ano passado”. Marcos Ageu Medeiros Engenheiro civil e assessor técnico do SAAE de Iguatu
O trimestre maio, junho e julho costuma apresentar redução no consumo de água porque é um período de temperatura mais amena no sertão. A média de queda no uso mensal de água é em torno de 10% quando se faz a comparação com o trimestre anterior (fevereiro a abril).
Para o diretor de Operações da Cagece para o Interior, Hélder Cortez, “o aumento da demanda começa a partir de setembro, quando se inicia um período de temperaturas mais elevadas”.
O consumo médio diário no primeiro semestre é de cerca 150 litros por habitante e após setembro vai aumentando até chegar a 200 litros, no último mês do ano.
A pandemia do novo coronavírus trouxe um período atípico, mas é preciso observar vários aspectos como explica Cortez.
“No primeiro momento, se as pessoas ficaram mais em casa, sujaram menos roupa e também houve menos banho, mas houve necessidade da higienização de produtos e da casa. Nesse cenário, não ocorreu um consumo tão elevado como se esperava em março e abril de 2020”. Hélder Cortez diretor de Operações da Cagece para o Interior
Hélder Cortez reforçou que as medidas de isolamento resultaram no fechamento de empresas, repartições públicas e de escolas.“Se o consumo aumentou nas casas, caiu fora do lar e isso acabou compensando e evitando uma pressão geral sobre a demanda por água tratada”.
O consumo por unidade familiar difere entre as regiões cearenses. Em áreas de serra (clima ameno), a média é de 75litros/hab/dia. No Sertão é de 150 litros. Já o aumento médio durante o período de setembro a dezembro, é de 20% em relação ao primeiro semestre.
No último dia 9 de março, o governador Camilo Santana anunciou o custeio da conta de água por dois meses de famílias de baixa renda que consumissem até 10 mil metros cúbicos pela Cagece nos próximos dois meses. A tarifa de contingência também foi suspensa para esse grupo da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Na mesma ocasião, o chefe do Executivo afirmou que 114,8 mil famílias que consomem água pelo Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar) também teriam o consumo dos dois meses custeado pelo Estado.
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