Maiores colégios eleitorais do CE têm candidaturas governistas fragmentadas em disputa com oposição
Em alguns municípios, o embate entre candidatos da base aliada será inevitável. A situação exige jogo de cintura do governador Camilo Santana (PT) e de lideranças governistas
Nos dez maiores colégios eleitorais do Estado, adversários históricos prometem repetir disputas acirradas. Em vários municípios cearenses, os futuros candidatos são aliados do governador Camilo Santana (PT), o que já exige dele e do grupo governista liderado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes jogo de cintura para conciliar interesses. Até o último dia das convenções partidárias – 16 de setembro –, o cenário pode mudar nesses municípios, com articulações de alianças que estão em curso.
Em Fortaleza, o maior e mais cobiçado colégio eleitoral, o cenário ainda está em aberto. Até agora são poucas as candidaturas consolidadas para homologação nas convenções. Na oposição, a que reúne o maior número de siglas aliadas, até o momento, é a do deputado federal Capitão Wagner (Pros).
A definição de outros nomes que concorrerão, principalmente do grupo governista, depende de o nó PT-PDT ser desatado. O governador Camilo Santana (PT) trabalha em prol de uma aliança do seu partido com o PDT. Entretanto, há obstáculos em jogo. O primeiro é que cada sigla quer encabeçar a chapa.
Enquanto isso, em outros municípios, as candidaturas já estão praticamente definidas e a disputa está sendo pelo apoio de partidos. Em Caucaia, segundo maior colégio eleitoral do Ceará, até agora os nomes confirmados são o prefeito Naumi Amorim (PSD), em busca da reeleição; os deputados estaduais Elmano de Freitas (PT) e Vitor Valim (Pros); a vereadora Emília Pessoa (PSDB), o professor Rodrigo Santaella (Psol) e o comunicador Paulo Sérgio Cordeiro (PCdoB). Vários são da base governista no Estado.
Impasse
Outro nome pode surgir no município: o ex-prefeito Zé Gerardo (MDB). Ele afirma que será candidato neste ano, mas pode ser alvo de questionamentos jurídicos. Arruda foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2010, por crime de responsabilidade ao ser denunciado por desvio de recurso público em convênio. Há diferentes entendimentos, porém, sobre o impacto que a Lei da Ficha Limpa, que começou a valer em 2012, pode ter sobre o caso.
Enquanto isso, Elmano e Valim disputam partidos para coligações. No momento, ambos miram o apoio da vereadora Natécia Campos (PP), outra das pré-candidatas à Prefeitura de Caucaia. Ela foi a parlamentar mais votada em 2016. No entanto, a sigla pertence ao grupo governista.
Nos bastidores, há uma pressão para que Natécia não apoie pré-candidato do Pros, opositor do prefeito que é apoiado pelo grupo governista. Uma opção que não causaria tantos problemas, segundo alguns, seria que ela apoiasse o nome do PT, que teve aprovação pública de Ciro Gomes. Naumi Amorim também reivindica a união com o PP, mas a parlamentar e ele têm muitas rusgas.
Em Juazeiro do Norte, terceiro maior colégio eleitoral do Estado, a disputa é acirrada na base governista. O prefeito Arnon Bezerra (PTB) quer concorrer à reeleição. Segundo ele, o compromisso do grupo liderado por Cid, Ciro e Camilo é de apoiá-lo. Mas existe um impasse no PDT que precisa ser resolvido: o empresário Gilmar Bender. Ele quer ser candidato de novo. Em 2016, ficou em segundo lugar na eleição.
Enquanto o PDT não se posiciona, Bender segue na corrida eleitoral, fazendo contatos e agregando apoios, como do vice-prefeito, Giovanni Sampaio (PSD), rompido com Arnon. Há, ainda, outros pré-candidatos da base governista: o suplente de deputado estadual Gabriel Santana (PT), a ex-deputada estadual Ana Paula Cruz (PSB) e o professor Aurélio (PCdoB). Quem também tenta se viabilizar, mas na oposição, é o deputado estadual Nelinho Farias (PSDB).
Em meio a isso, os pretensos candidatos disputam o apoio de lideranças locais, como do ex-prefeito de Juazeiro, Raimundão (MDB).
Maracanaú
Em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, as famílias tradicionais da cidade vão se enfrentar novamente. De um lado, o deputado estadual Júlio César Filho (Cidadania), filho do ex-prefeito e atual vereador, Júlio Costa Lima. Do outro, o deputado federal e ex-prefeito Roberto Pessoa (PSDB). Correm por fora, ainda, Daniel Baima (PT) e Francisco Moura (PMB).
Júlio César é o candidato do grupo governista. No momento, ele tenta uma aliança com o PT. Já Roberto Pessoa tem o apoio de nove partidos. O prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça (PSDB), é aliado forte do seu grupo político. O vice da chapa está em articulação. O nome cotado é o de Neton Lacerda (Pros), ex-secretário municipal de Governo.
Região Norte
Em Sobral, principal colégio eleitoral da Região Norte, a disputa também será polarizada entre famílias tradicionais: Ferreira Gomes e Rodrigues. O prefeito Ivo Gomes (PDT) vai buscar a reeleição. O adversário será o deputado federal Moses Rodrigues ou seu pai, Oscar Rodrigues, do MDB.
Em Itapipoca, a disputa, por enquanto, está entre o prefeito João Barroso (PSDB); o ex-superintendente adjunto da Superintendência de Obras Públicas Felipe Pinheiro (PT), o professor Paulo Henrique Teixeira (PSL) e o ex-prefeito Dagmauro Sousa, também do PT. Lá, deputados estaduais da base aliada do governador deverão se dividir. Antônio Granja (PDT), por exemplo, avisou que apoiará o prefeito na tentativa de reeleição.
No Crato, boa parte dos partidos da base devem se unir em torno do prefeito Zé Ailton Brasil (PT), com exceção do ex-prefeito Zé Adega (PSD), que deve concorrer. A professora Zuleide Queiroz (Psol) também disputará.
Fragmentação
Já em Maranguape, a base governista está fragmentada com várias candidaturas: o atual prefeito João Paulo Xerez (PDT); os ex-prefeitos George Valentim (PSB) e Átila Câmara (SD), o vereador Nicola Cordeiro (PSD) e o vice-prefeito Habraão Ramos (Pros). O MDB também cogita lançar candidato no município.
Iguatu é outra cidade que terá aliados do governador no embate. O deputado estadual Agenor Neto (MDB), que já comandou a gestão, vai disputar a Prefeitura com o deputado estadual Marcos Sobreira (PDT), ex-vice-prefeito. As duas famílias são adversárias há anos. Contra eles concorrerá o atual prefeito de Iguatu, Ednardo Lavor (PSD).
Quixeramobim, décimo maior colégio eleitoral do Ceará, também tem vários pré-candidatos do grupo governista na disputa: o atual prefeito Clébio Pavone (PP); o ex-prefeito Cirilo Pimenta (PDT) e o médico Pedro Coelho (PT).
Calendário eleitoral em curso
31 de agosto a 16 de setembro: Realização das convenções partidárias para definição de coligações e escolha dos candidatos. As convenções podem ocorrer por meio virtual.
31 de agosto a 26 de setembro: Período para o registro de candidaturas.
27 de setembro: Início da Propaganda Eleitoral, inclusive na internet.
15 de novembro: 1º turno das eleições.
29 de novembro: 2º turno das eleições.
15 de dezembro: Último dia para entrega das prestações de contas.
18 de dezembro: Prazo final para diplomação dos candidatos eleitos.
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