Fragmentos de óleo reaparecem no litoral do Nordeste
Praias de Pernambuco e de Alagoas são atingidas por partículas de petróleo
Após nove meses do derramamento de petróleo que atingiu o litoral do Nordeste e parte do Sudeste, pequenos fragmentos de óleo foram encontrados neste fim de semana em três praias de Pernambuco e duas de Alagoas.
Órgãos ambientais acreditam que o material estava sedimentado no fundo do mar ou preso em corais. Com fortes ondulações, as partículas de óleo se desprenderam e foram levadas para a areia da praia.
Em Pernambuco, o piche atingiu as praias de Tamandaré, Cupe e Muro Alto, no litoral sul. As duas últimas são vizinhas à famosa praia de Porto de Galinhas. A Marinha comunicou que, no dia 19 de junho, também foram encontrados vestígios nas praias da Lagoa do Pau e da Lagoa Azeda, no litoral de Alagoas.
Na manhã desta segunda-feira, técnicos da Semas (Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco), CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente) e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) coletaram no litoral pernambucano material para análise em laboratório.
Em nota, a Semas afirmou que, conforme as primeiras avaliações técnicas, os fragmentos encontrados são provenientes de manchas de petróleo que atingiram parte do litoral brasileiro a partir de agosto do ano passado.
“Esse material estaria sedimentado no leito ou preso em corais e chegou à areia das praias por conta de uma combinação de fatores meteorológicos que revirou o fundo e soltou fragmentos”, diz a nota.
Nos últimos cinco dias, a região onde o piche foi encontrado registrou as chamadas marés de sizígia, que geram grandes variações. Há também uma maior intensidade das correntes marítimas devido à época do ano e ventos fortes.
Os órgão ambientais orientaram os municípios a recolher os fragmentos, acondicioná-los em tonéis e encaminhá-los para aterros industriais ou destinados à reciclagem.
O biólogo Clemente Coelho Júnior afirmou que o aparecimento de fragmentos de petróleo era esperado. “O óleo não desapareceu. Está preso nos corais e no fundo do mar. Volta e meia, ele vai reaparecer. É preciso ficar atento”, avalia.
No ano passado, grandes manchas de óleo atingiram os nove estados do Nordeste e mais os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, no Sudeste. Os primeiros fragmentos foram localizados na Paraíba em 30 de agosto de 2019.
No início deste ano, o Ibama afirmou que o vazamento poluiu 1.004 localidades. A Marinha ainda não apontou a origem do derramamento de óleo.
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