Coronavírus

5º dose contra Covid? O que dizem os especialistas sobre nova etapa da vacinação?

Pelo menos seis capitais já iniciaram a aplicação da 5ª dose: São Luís, Natal, Recife, Rio de Janeiro e Belém

O recente aumento dos casos de infecção da Covid-19 reacendeu o alerta para a importância da manutenção dos protocolos sanitários – como uso de máscara, higienização das mãos, além de evitar aglomeração – e para a necessidade da vacina. O imunizante se faz tão vital que já há capitais brasileiras aplicando a quinta dose em determinados públicos.

São Luís, no Maranhão, foi a primeira capital a anunciar uma quinta dose da vacina contra a Covid para todos acima dos 18 anos – segundo a prefeitura, a orientação vale para quem tomou o último reforço há pelo menos 6 meses.

A ação, no entanto, acontece sem respaldo do Ministério da Saúde, que até então não emitiu novas orientações sobre doses de reforço há cinco meses. Mas, o que se sabe sobre a aplicação da quinta dose? Ela é, de fato, recomendada? Quem pode tomar e, mais, quais os efeitos dela na retração dos casos de infecção e seus sintomas graves?

Entre os estudiosos ouvidos pela reportagem, um consenso: apesar de o Ministério da Saúde ainda não ter se posicionado a respeito, as doses são, sim, importantes. “O erro talvez seja classificar a vacina em doses: quinta, sexta, sétima… Devemos tratar essas vacinas como sendo anuais, assim como já acontece com a Influenza”, pontua o microbiologista Samuel Arruda.

Arruda destaca ainda ser preciso uma atualização da vacina visando as novas variantes. Com esta espécie de review, o microbiologista acredita que o imunizante entrará no calendário ordinário.

“Uma vez que a vacina se torne bivalente, deveremos pensar em doses semestrais ou anuais, a depender de como o vírus vai se comportar. A aplicação das doses será necessária devido a evolução viral e surgimento de novas variantes”, concluiu Samuel.

O infectologista do Hospital São José, Lauro Perdigão, explica que “as variantes são consequência direta da circulação do vírus” e que, como agravante, está a busca cada vez mais atrasada pela vacina. Diante deste cenário de aumento, o especialista lembra que, ao longo de dois anos pôde ser constatado que as principais medidas preventivas seguem sendo os cuidados somado à imunização. 

A aplicação da quinta dose em idosos com mais de 80 anos já está sendo aplicada em Natal (RN) e em Recife (PE), e para idosos com mais de 60, no Rio de Janeiro (RJ) e Belém (PA).

Legenda: Grande parte da população ainda não retornou aos pontos de vacinação para tomar a 4ª dose da vacina e estão menos protegidas nesse cenário
Foto: Arquivo

“Quando acontece uma situação de aumento, é importante manter o calendário vacinal atualizado e, também, o uso de máscara”, pontua Perdigão.

A presidente da Sociedade Cearense de Infectologia, Lisandra Damasceno, igualmente reconhece a importância do imunizante ao destacar que “a população deve este consciente de que só com a vacina as pessoas estarão protegidas e protegerão outras de casos mais graves e hospitalização”.

Ela, no entanto, adverte alguns pontos específicos que devem ser levados em consideração no que diz respeito a quinta dose. “Ela é recomendada para as pessoas que têm a imunossupressão avançada, que têm alguma doença que comprometa a imunidade. Neste público, o esquema básico já considera as três doses da vacina mais duas doses de reforço”

Pela última orientação do governo federal, a quinta dose está liberada apenas para imunossuprimidos com mais de 40 anos.

A população mais idosa também entra nesse hall de recomendações, “pois se sabe que nessa população a proteção gerada pela vacina tem uma janela menor”. Contudo, apesar disso, Lisandra destaca que não existe um consenso mundial em relação a quinta dose. 

Para o próximo ano, a presidente da Sociedade Cearense de Infectologia, prevê a chegada e aplicação das vacinas bivalentes. “São vacinas de reforço. Elas também serão mais eficazes para proteção das novas cepas”, conclui Lisandra. 

O Ministério da Saúde diz que “a estratégia de vacinação para o próximo ano está em discussão pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), assim como o quantitativo necessário de doses para garantir a continuidade da imunização da população e a máxima proteção contra a Covid-19″.

COMO SE PROTEGER?

As medidas preventivas contra a pandemia, reforçadas por especialistas nos últimos 2 anos, ganha uma relevância maior nesse período. Isso porque alguns eventos podem favorecer a transmissão, como Natal, Réveillon e o Carnaval.

Grande parte da população também ainda não retornou aos pontos de vacinação para tomar a 4ª dose da vacina e estão menos protegidas nesse cenário. Máscaras, vacinas e isolamento em casos de sintomas gripais são as recomendações.

CONFIRA OS SINTOMAS

Os cientistas ainda estão analisando quais são os sintomas específicos na nova subvariante, mas a percepção inicial é de uma síndrome gripal mais leve e que pode representar problemas para quem tiver comorbidade. 

Ao contrário das outras cepas da doença, os sintomas da ômicron costumam ser mais leves, já que a variante tem uma reprodução mais rápida nas vias aéreas, poupando a região do pulmão – característica também associada à proteção vacinal.

Os principais sintomas de Covid-19 causada pela variante Ômicron, atualizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em abril deste ano, são:

  • Dor de garganta;
  • Dor de cabeça;
  • Coriza (nariz escorrendo); 
  • Tosse;
  • Febre;
  • Dor no corpo.

ESTADO REFORÇA CUIDADOS 

No último dia 18 de novembro, o Governo do Estado voltou a reforçar a recomendação para o uso de máscaras em locais fechados no Ceará. O pedido foi feito pela governadora Izolda Cela através das redes sociais 

“Diante do cenário, que exige muita prudência, o Comitê recomenda o uso de máscaras em locais fechados e de aglomeração, como nos transportes coletivos, assim como maior atenção para as pessoas que possuem alguma comorbidade”, escreveu Izolda no Twitter. 

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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